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Escrito por: Eduardo Costa outubro 23, 2012


Batman é obrigado a se aliar ao seu maior adversário para deter um terrorista sanguinário e insano que obtém o controle de uma máquina capaz de manipular o clima. Assim, o Cruzado Encapuzado se vê em uma difícil situação, tendo de caçar o sádico criminoso e, ao mesmo tempo, proteger Talia, a mulher que pode estar carregando em seu ventre o filho do Homem-Morcego.
Livro: “Batman – O Filho do Demônio”
Autor: Mike W. Barr (texto) e Jerry Bingham (arte)
Editora: Panini Books
Páginas: 88
Acabamento: Capa dura
Classificação: ★★★★★ (3,5/5)

por Edu

"Peraí, Batman? No 'Stealing Books?"

Sim, amigos... rsrs. Apesar de não ser propriamente literatura (no sentido estrito do conceito), e apesar de muitos estudiosos discordarem de mim e da outra turma de estudiosos que defendem isso, os quadrinhos fazem jus a sua presença por aqui. Mas essa discussão teórica eu vou deixar para um próximo artigo... rsrs.

Sempre fui um grande fã do Batman (ou "Morcegão", para os mais íntimos... rsrs). Admito que acompanho suas histórias menos do que gostaria, apesar de sempre ter estado atento as suas obras cânones, como "A Piada Mortal" , "Batman Ano Um" e "O Cavaleiro das Trevas", por exemplo.

"Batman - O filho do Demônio" é uma graphic novel do Homem-Morcego meio obscura. É um daqueles "achados", sabe? Apesar de a obra ter feito um considerável sucesso desde 1987, ano do lançamento original, é agora, em 2012, que foi reeditada pela Panini e relançada no Brasil em uma luxuosa edição de capa dura e com introdução de Mark Hamill. Não me estenderei no Universo DC (pois muitos podem não estar familiarizados), então me aterei à obra.

Li a obra duas vezes, e conclui:“O Filho do Demônio” é uma grande história do Batman, muito boa, mas não é, nem de longe, “uma das melhores histórias já concebidas para o Cavaleiro das Trevas”, como declara a contracapa da graphic novel. Na primeira leitura, achei muito foda, impecável. No entanto, em uma segundo leitura, com um olhar mais crítico e um crivo maior, percebi maiores nuances. Mike W. Barr desenvolve uma ótima história para o Morcegão, mas não é nada “genial”, como aclama muitos outros (fãs e críticos). A trama é divertida, mas também tem lá seus problemas.

O Batman retratado ali é um personagem forte. A história foi publicada na fase de “repaginação” do personagem, saindo da fase da série cômica de TV de Adam West ("Santo-alguma-coisa, Batmá!") e reapresentando o Cavaleiro das Trevas como tal: um guerreiro sombrio, marcado, que não poupa esforços para fazer justiça. No entanto, a proposta da graphic novel parece a de “humanizar” o Morcegão com a paternidade. Barr tenta, o que seria ótimo dentro do contexto, mas não obtém êxito facilmente, a princípio. Pelo menos, não com a fluidez necessária à trama (por exemplo, ele só tira o uniforme 2 vezes em toda a história - uma, ferido, e a outra, para a “lua-de-mel”... rsrs).

O desenvolvimento da história sofre à medida que os eventos apresentados não parecem nada naturais. O surgimento de Talia na trama, a aliança com Ra’s Al Ghul, a origem do vilão Qayin e, especialmente, o “casamento”, a gravidez, a reação do Morcego a ela... Nada disso parece natural. Parece uma série de eventos, colocados um na frente do outro, num ritmo que talvez os leitores menos experientes não alcancem.

“O Filho do Demônio” é sim uma boa história. Uma das coisas mais legais da obra é a investigação: é quase um “BatCSI”! Rsrs... É muito legal ver o desenrolar da mesma, mostrando como o “maior detetive do mundo” faz suas conexões teleológicas, relaciona as peças do quebra-cabeça e termina solucionando os casos mais improváveis. Isso, sim, é incrível! Além disso, a questão da paternidade, em si, é bem construída, com referências desde a primeira sequência (com o Batman salvando uma grávida), até situações em que o próprio Ra’s al Ghul declara Batman como seu “filho”. Apesar de alguns problemas no desenvolvimento, a história é bem construída.

A arte de Jerry Bingham também é primorosa. Seu traço me dá uma certa nostalgia dos áureos tempos dos quadrinhos da década de 80 (apesar de ter nascido depois, os quadrinhos que lia quando criança eram, basicamente desta época, pois eram as revistinhas mais baratas nos sebos... rsrs). Tanto quanto a arte, o acabamento da obra é incrível, e barato também (em comparação com o preço-médio desse tipo de publicação), custando R$ 17,90 aproximadamente. O formato maior das páginas, fugindo do “formato americano”, também dá um toque especial à composição da obra, de uma forma geral.

Enfim, “Batman – O Filho do Demônio” é uma boa história do Homem-Morcego, apesar de ter seus problemas com trama. O roteiro de Mike W. Barr é divertido e serve bem aos fãs do Universo DC muito bem, mas peca um pouco no desenvolvimento. Ainda assim, o bom preço, o incrível acabamento e a arte “oitentista” de Jerry Bingham fazendo valer muito a pena a aquisição desta celebrada graphic novel do Morcegão.

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OBS: Eu não sou o tipo de crítico escroto, que se acha o dono da razão. Já aviso: essa minha opinião é bem diferente da de muitos críticos feras de quadrinhos, como a galera do “Omelete” e do “Universo HQ”. No entanto, a diversidade de opiniões é o mais legal, pois como dizia Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra”... rsrs. Então, galera, leiam vocês mesmo, tirem suas próprias conclusões, e compartilhem aqui conosco! ;D

{ 2 comentários ... leia abaixo ou comente }

  1. eu tneho alguns hqs aqui em casa, ainda não tinha lido esse.
    não sou tão fã do batman sabe xp só um pouco.
    eu sou fã do lanterna :)

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    Respostas
    1. Assim que eu conseguir ler o arco da "Guerra dos Lanternas Verdes", eu vou resenhar também, Alice ;D

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